segunda-feira, 4 de maio de 2020

Questões do conto "A porta aberta"

Boa tarde, alunos do 7º ano!


Releiam novamente o conto em voz alta (antes de responder), pois ele é muito complexo e culto.


A PORTA ABERTA
SAKI
(Hector Hugh Munro -1870 1918)


— Minha tia já vai descer, sr. Nuttel — disse uma jovem dama de 15 anos, muito segura de si. — Enquanto isso, o senhor terá de me aturar.

Framton Nuttel procurava dizer algo apropriado que lisonjeasse devidamente a sobrinha no momento sem indevidamente menosprezar a tia de logo mais. De si para si duvidava, mais do que nunca, que visitas de cortesia, como essa, a uma série de pessoas estranhas, beneficiassem muito o tratamento de nervos a que pretendiam submetê-lo.

— Já sei como vai ser a coisa — dissera-lhe a irmã quando ele preparava sua retirada para aquele recanto de província. — Você vai-se enterrar ali sem falar a vivalma, e vai-se aborrecer tanto que os seus nervos ficarão piores do que nunca. Pelo sim, pelo não dou-lhe umas cartas de recomendação para todas as pessoas do lugar minhas conhecidas. Algumas delas, ao que me lembro, são bem agradáveis.

Framton perguntava a si mesmo, agora, se a sra. Sappleton, a quem vinha apresentar uma daquelas cartas, pertencia ao grupo agradável.

— O senhor conhece muita gente aqui? — perguntou a sobrinha quando julgou que já tinham tido entre si bastante silêncio.

— Quase ninguém — respondeu Framton. — Minha irmã passou aqui algum tempo na reitoria, há uns quatro anos, e deu-me cartas de apresentação para várias pessoas daqui.

Estas últimas palavras foram pronunciadas em tom de manifesto pesar.

— Então o senhor não sabe praticamente nada a respeito de minha tia? — perguntou a jovem dama, segura de si.

— Nada, a não ser o nome e o endereço — reconheceu o visitante.

Nem sabia se a sra. Sappleton era casada ou viúva. Um não sei quê indeterminável parecia sugerir a existência de homens na casa.

— Pois a grande tragédia dela ocorreu há três anos — declarou a menina —, quer dizer, após a visita da irmã do senhor.

— Tragédia? — perguntou Framton.

Naquele cantinho tranquilo de província parecia não haver lugar para tragédias.

— O senhor poderia perguntar por que deixamos esta porta-janela aberta numa tarde de outubro — disse ela, indicando uma larga porta que dava sobre um relvado.

— Está muito quente para a estação — observou Framton —, mas será que essa porta tem algo que ver com o drama?

— Foi por ela que, há três anos menos um dia, o marido de minha tia e seus dois jovens irmãos saíram para a caça. Nunca voltaram. Ao atravessarem o brejo para chegar ao seu lugar favorito, onde costumavam caçar narcejas, os três foram tragados por um pântano traiçoeiro. Naquele ano o verão tinha sido muito úmido, o senhor sabe, e trechos seguros do caminho em outros anos cediam de repente sem dizer água-vai. E — o que há de mais horrível — os corpos nunca foram encontrados.

Aqui a voz da menina perdeu o tom firme e tornou-se hesitante, humana:

— A pobrezinha da titia sempre pensa que eles um dia voltarão, eles e o pequeno sabujo castanho que com eles se perdeu, e vão entrar pela porta, como habitualmente faziam. É por isso que a deixam aberta todas as tardes, até o cair do crepúsculo. Pobre titia! Mais de uma vez me contou como eles foram embora, seu marido com o impermeável branco sobre o braço, e Ronnie, seu irmão mais moço, cantando “Bertie, por que estás pulando?”, com que habitualmente a agastava, porque ele dizia que aquilo a irritava muito. Sabe? Às vezes, em noites tranquilas, silenciosas como esta, eu tenho uma espécie de calafrio: parece-me que os vejo todos entrar por aquela porta.

Interrompeu-se, com um leve tremor. Foi para Framton verdadeiro alívio quando a tia irrompeu no salão multiplicando desculpas por não haver aparecido antes.

— Espero que Vera o tenha divertido — disse.

— A conversa dela tem sido muito interessante — declarou Framton.

— Espero que a porta aberta não o esteja incomodando — disse a sra. Sappleton com vivacidade. — Meu marido e meus irmãos vão chegar da caçada, e eles sempre entram por aqui. Hoje foram caçar narcejas no paul, e vão sujar completamente os meus pobres tapetes. São coisas de homem, não é?

Continuou a tagarelar sobre a casa e a escassez de aves e as perspectivas de haver patos no inverno. Para Framton tudo aquilo era simplesmente horrível. Fez um esforço desesperado, mas só em parte bem-sucedido, a fim de encaminhar a conversa a outro assunto menos horroroso; sentia que a dona da casa só lhe consagrava parte de sua atenção, pois seus olhares iam, sem parar, em direção à porta aberta e ao relvado. Fora, na verdade, uma coincidência infeliz que o trouxera àquela casa precisamente naquele aniversário trágico.

— Os médicos são unânimes em me aconselhar repouso absoluto, abstenção de qualquer excitação mental e de qualquer exercício físico de certa violência — anunciou Framton, que sofria da ilusão, muito espalhada, de que pessoas de todo estranhas a nós, ou conhecidas por acaso, ficam ávidas de conhecer até os mínimos pormenores de nossas doenças e enfermidades, de sua causa e seu tratamento. — Eles só não estão de acordo quanto ao regime — acrescentou.

— Não? — perguntou a sra. Sappleton num tom que ainda em tempo substituiu um bocejo.

Depois, de repente, seu rosto se aclarou num ar de atenção, mas não àquilo que Framton dizia.

— Afinal chegaram! — exclamou. — Justo à hora do chá. Mas não vê que estão cheios de lama até os olhos?

Framton estremeceu de leve e voltou-se para a sobrinha com um olhar destinado a comunicar-lhe uma compreensiva solidariedade. A mocinha estava com os olhos fixos na porta, cheios de horror e estupefação. Num frio choque de medo inominável, Framton virou-se na sua poltrona e olhou para a mesma direção.

No crepúsculo cada vez mais escuro três vultos atravessavam o relvado em direitura à porta; os três sobraçavam espingardas, e um deles tinha também uma capa branca, pendente de um dos ombros. Um sabujo castanho, cansado, seguia-lhe as pegadas. Sem barulho chegaram à casa, até que uma voz moça e rouca se pôs a cantar no lusco-fusco: — “Bertie, por que estás pulando?”

Framton agarrou compulsivamente a bengala e o chapéu; a porta do vestíbulo, o passeio de cascalho e o portão da frente foram as etapas confusamente notadas de sua precipitada fuga. Um ciclista que vinha pela estrada teve de se encostar à cerca para evitar uma colisão.

— Chegamos, querida — disse o da capa branca entrando pela porta. — Estamos cheios de lama, mas quase toda seca. Mas quem foi que fugiu daqui à nossa chegada?

— Um homem esquisitíssimo, um certo sr. Nuttel — disse a sra. Sappleton. — Só sabia falar das próprias doenças, e sumiu sem uma palavra de adeus ou de desculpa quando vocês entraram. Dir-se-ia que viu um fantasma.

— Parece-me que foi o sabujo — disse calmamente a sobrinha. — Ele me contou que tinha horror a tudo quanto é cachorro. Certa vez foi perseguido, num cemitério lá nas margens do Ganges, por uma matilha de cães párias, e teve de passar a noite numa cova recém-aberta, com os bichos a rosnar, a espumar, a arreganhar os dentes para ele. O bastante para a gente ficar com os nervos abalados.

Ela estava-se especializando em improvisar histórias.

Questões de interpretação do conto A PORTA ABERTA.

1) O conto  A porta aberta pode ser dividido em cinco partes.  Copie o início de cada parte.
a)Introdução: a conversa da garota com o Sr. Nuttel.

b) A garota fala da tragédia que se teria abatido sobre a tia.

c) A tia aparece e começa a conversar normal e distraidamente com o Sr. Nuttel.

d) A Sra. Sappleton anuncia a chegada do marido e do seu visitante foge precipitadamente.

e) Desfecho: O marido entra, pergunta pelo homem que saíra correndo e  ouve  a  explicação  serena  da mulher e da sobrinha.

2- O clímax de uma narrativa é o ponto alto da história, o momento para o qual toda a história converge. Qual é o clímax deste conto?

3- Todo conto  é  construído  em  torno  da  expectativa  do  visitante,  que  aguarda  a  todo  momento  o acontecimento de algo sobrenatural.
a)Como se criou essa expectativa?

b) Que provocou o clima de expectativa e a reação apavorada do visitante?

c)  Você pode afirmar, com certeza, que tudo não passara (tinha passado) de uma invenção da sobrinha? Justifique.

4) O  texto  apresenta  recursos  bastante  interessantes  no  que  se  refere  à  introdução  e  à  conclusão  do conto. Observe-os e responda:

a)Como se deu a introdução?

b) Como se deu a conclusão?

  • ATENÇÃO ↧

OBS: Desta questão em diante você tem que copiar a pergunta também, pois houve um equívoco e eu esqueci de pôr na folha xerocada.


5) Quais os diferentes significados que a expressão “A porta aberta” têm para cada personagem.
(1) A porta aberta é o local onde os familiares da sra. Sappleton, já mortos, podem passar a qualquer momento.
(2) A porta aberta permite avistar va família que volta da caça.
(3) A porta aberta inspira a criação de uma história inusitada (fantasiosa e não comum).

(  ) Vera
(  ) Sra. Sappleton
(   ) Sr. Nuttel

6) Qual é o foco narrativo deste conto?
O foco narrativo é em terceira pessoa (3ª). Trechos que justificam a resposta.

7) Como podemos classificar o NARRADOR desta história: onisciente ou observador? Justifique com trechos do conto.

8) Comparando o conto “A porta aberta” com o conto “A orelha de Van Gogh”, qual dos dois teve o desfecho mais surpreendente? Por quê?
Prof.ª Elisete, 04/05/20, às 11h



quinta-feira, 30 de abril de 2020

Respostas questões textos comparativos

Boa tarde, boa noite,





Nesta atividade com o Texto 1 - Crise Ambiental e Texto 2 - O homem; as viagens, poema de Carlos Drummond de Andrade, treinamos muitas HABILIDADES de interpretação constantes na BNCC -  Base Nacional Comum Curricular e o  RCG - Referencial Curricular Gaúcho, como:

* interpretação de texto

* coesão e coerência nos pronomes (referências)

* recursos de estilo (poema)

* inferência (dedução, entrelinhas do texto)

* significado das conjunções (semântica)

* vocabulário (sinônimo / antônimo)



Gabarito

1-  A
 COMENTÁRIOS: Apenas o texto 2 proclama o valor do autoconhecimento. Além disso, o texto 1 não coloca em segundo plano as questões relacionadas aos dilemas da ciência e da tecnologia.

2- B
(É só ter paciência e ver na linha do texto a que palavra o pronome se refere. Ex.:
COMENTÁRIOS: Linha 1 “     Segundo Miller (1985), nosso planeta pode ser comparado a uma astronave que dispõe de um eficiente sistema...” ← o pronome QUE se refere à “astronave”

3- C
COMENTÁRIOS: Percebe-se a repetição lexical como recurso de expressão. Palavras repetidas como: lua, marte, idem, repetir.

4- C

COMENTÁRIOS: Apenas o item III é falso, pois a insuspeitada alegria a que o poeta faz referência remete à sua autodescoberta, que está em “suas próprias inexploradas entranhas.”

5- B

COMENTÁRIOS: Apenas o item I é FALSO, pois contradiz a intenção comunicativa do poeta: o verso “humaniza Marte com engenho e arte” pode ser lido como uma crítica às alterações do homem em meios ambientais.

6- C

COMENTÁRIOS: No verso “Vamos para Marte – ordena a suas máquinas”, fica evidente o desejo de explorar novos espaços.

7- D

COMENTÁRIOS: O uso das vírgulas nos segmentos destacados, justificam-se pela intercalação de advérbios e orações adverbiais.

8- C

COMENTÁRIOS: A locução “uma vez que” tem valor semântico de causa. O mesmo acontece com: porque, visto que, porquanto e já que. Apenas não poderia ser substituída por “apesar de que”, que tem valor concessivo.

9- B

COMENTÁRIOS: O neologismo con-viver revela o relacionamento do homem com seu interior e com seu semelhante.

10- E


11- D


COMENTÁRIOS: Os versos “pôr o pé no chão/do seu coração” propõem a autodescoberta e fogem à ideia de tédio e à de colonização do cosmos exteriorizadas no poema.





OBS: Parabéns a quem acerto no mínimo 60%das questões.

Conforme o número de acertos, você vê se falta se CONCENTRAR mais nas linhas do texto, RELER o trecho a cada questão, ANALISAR  cada assertiva (alternativa) e seguir fazendo exercício de LEITURAS, só treinando para melhorar essa tua habilidade de interpretar.

Profª Elisete, 30/04/20, às 16h43min






quarta-feira, 29 de abril de 2020

Pela ciclovia - respostas das questões

Olá,

envio as respostas das questões para você refletir. Peço-lhe que releia o conto, se possível, faça um encontro no whats para três pessoas e façam a leitura de acordo com o roteiro teatral feito por vocês.

Esta atividade terá continuidade nas ATIVIDADES DA SEMANA QUE VEM

Será feito um debate, uma espécie de "JÚRI SIMULADO" em que a mãe do garoto vai ser levada ao Fórum dar depoimento.

Vou sortear quais alunos vão defender e acusar a personagem.

Depois eu divulgo as REGRAS DO DEBATE.

Marcaremos uma data para realizar o debate.

Profª Elisete


Capa do livro de Dilan Camargo


 DILAN CAMARGO POR ELE MESMO
Um dia minha mãe me disse: 'o conhecimento é um tesouro que o vento não derruba, a água não leva, o fogo não queima e o ladrão não rouba'.

“Com os livros que li e que escrevo vou construindo a minha fortaleza de papel".

Após a leitura expressiva do conto, destacar os elementos narrativos no caderno:
1- Foco narrativo: Narrativa em 1ª pessoa

2- ONDE e QUANDO (lugar e tempo): Durante o trajeto da casa do menino pela ciclovia até a delegacia, no centro de uma cidade, pelo final da tarde.

3- QUEM (personagens – características): Garoto, pobre, vive com a mãe e a irmã, três amigos que trabalhavam,  passantes na ciclovia, sargento, Conselheiro. A mãe é uma personagem forte, digna, aplicou um castigo humilhante a seu filho.

4- O QUÊ (fato)- Ao chegar em casa com uma bicicleta, a mãe já inicia os interrogatórios, não acreditando em nada do que o filho dizia. Repentinamente toma a decisão de levá-lo à delegacia devolver o objeto furtado. Eles seguem um longo trecho da ciclovia, em que o menino levou a bicicleta nos ombros. Ele reclamou, chorou, caiu, machucou-se, foi socorrido pela irmã e transeuntes; a mãe calada, sofrida, mas decidida.

5- É possível estabelecer uma relação intertextual com a Bíblia, relatando A Via Crúcis de um garoto que roubou uma bicicleta. Comente, estabelecendo um paralelo entre os fatos.

Sim, é possível estabelecer a trajetória de Jesus ao calvário com a do garoto sendo levado à delegacia, pois ao carregar a bicicleta pelo longo trajeto ele sofreu muito, assim como Jesus Cristo, mas a diferença reside em que Jesus fora imolado para salvar os pecados do mundo e o menino havia roubado a bicicleta. Mas ele aprendeu a lição e perdoou a atitude radical de sua mãe, tão sofrida.

6- Observe essas frases ditas pelo escritor Dilan Camargo: 

I - Um dia minha mãe me disse: 'o conhecimento é um tesouro que o vento não derruba, a água não leva, o fogo não queima e o ladrão não rouba'.

Sublinhe os verbos e estabeleça o número do orações do período acima.
No período acima, há seis verbos; portanto ele está composto por seis orações.

II - “Com os livros que li e que escrevo vou construindo a minha fortaleza de papel".
Igualmente, sublinhe os verbos no período II e estabeleça o número de orações.
Há dois verbos e uma locução verbal: portanto o período está composto por três orações.

7- Explique o significado das metáforas usadas pelo autor nas frases I e II.

No período I, a metáfora estabelece a valiosa contribuição do conhecimento para a sobrevivência digna de uma pessoa atualmente; ele é indestrutível e com os conhecimentos adquiridos você constrói a sua vida “a sua fortaleza”.

8- Um castigo cruel. A mãe teria traumatizado o filho? Houve maus tratos e punição severa demais? Dê a sua opinião.

Resposta pessoal. Minha opinião: concordo que foi uma decisão cruel. Traumas? Acredito que não pois no desfecho do conto (última folha do xerox), o autor deixa pistas da “cumplicidade” e a compreensão entre mãe e filho:
“Agora sei que vou seguir os seus caminhos. Não sinto mais vergonha”.
“... ela me diz com seu jeito rude, que agora entendo melhor.”
“Sinto uma alegria nova, que parece vir de algum vento que por ali está passando.”

 E também esta frase do conto “Vejo em seu rosto uma tristeza que parece antiga”
 dá indício de que o menino compreendeu o porquê da rudeza da mãe. E peço que você releia o desfecho do texto.

9- E a mãe, ao fazer este ato, se preocupou com a saúde física e mental de um adolescente?
Resposta pessoal. Não vou responder esta pergunta. Só farei alguns pontuarei minhas observações para você.

Acredito que o autor quis mostrar através de dois personagens sofridos uma realidade existente, quis fazer o leitor pensar, assim como os outros contos do livro “O MAN E O BROTHER”. O conto que dá título ao livro mostra a vida de dois irmãos adolescentes moradores de uma favela. Um está engajado no tráfico, é todo descolado nas gírias, maladro; o outro vive um conflito existencial. Este pensa no futuro e sabe que o futuro do irmão é possivelmente a morte, e a vida dele? Leia para saber.
 

10- A mãe queria ensinar, pois sendo o pai ausente, ela que trazia as provisões para a casa e era responsável pela educação dos filhos. Você concorda com esta opinião? Justifique sua resposta.
Resposta pessoal.

11- Será que só diálogo com o filho resolveria o problema? Comente fazendo suas conjeturas.
Resposta pessoal.

12- A mãe era zelosa, houve só ensinamento. Uma atitude sempre tem consequência. E uma atitude errada  do filho, o que você faria?
Resposta pessoal.

CONCLUSÃO: Apesar de os argumentos em favor do menor como trato cruel e humilhação, a lei (ECA) também dá os direitos aos pais, e só em casos de negligência e violência severos, os filhos são tirados da guarda dos pais.
Além disso, a ausência paterna, leva a mãe a uma tarefa na educação dos filhos mais difícil ainda, visto a situação de vulnerabilidade social que eles viviam; ela tem que preparar o garoto para viver em sociedade e respeitar o outro e os bens alheios.

Profª Elisete, 30/04/20,às 15h55min



terça-feira, 7 de abril de 2020

Tarefa 1 - aula à distância

Olá,

Bem tranquila a tarefa 1, 2 e 3 com o texto A CRISE AMBIENTAL.

O texto trata de um tema relevante e exige atenção para respondê-lo. 

Você já pode ir postando no GRUPO DO 9º ANO as atividades, assim que for terminando. Ok?

Já vou postando aqui o texto 2 - o poema emblemático de Carlos Drummond de Andrade - O HOMEM; AS VIAGENS.






 O HOMEM: AS VIAGENS

Carlos Drummond de Andrade

O homem, bicho da terra tão pequeno
Chateia-se na terra
Lugar de muita miséria e pouca diversão,
Faz um foguete, uma cápsula, um módulo
Toca para a lua
Desce cauteloso na lua
Pisa na lua
Planta bandeirola na lua
Experimenta a lua
Coloniza a lua
Civiliza a lua
Humaniza a lua.

Lua humanizada: tão igual à terra.
O homem chateia-se na lua.
Vamos para marte - ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em marte
Pisa em marte
Experimenta
Coloniza
Civiliza
Humaniza marte com engenho e arte.

Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
Claro - diz o engenho
Sofisticado e dócil.
Vamos a vênus.
O homem põe o pé em vênus,
Vê o visto - é isto?
Idem
Idem
Idem.

O homem funde a cuca se não for a júpiter
Proclamar justiça junto com injustiça
Repetir a fossa
Repetir o inquieto
Repetitório.

Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira terra-a-terra.
O homem chega ao sol ou dá uma volta
Só para tever?
Não-vê que ele inventa
Roupa insiderável de viver no sol.
Põe o pé e:
Mas que chato é o sol, falso touro
Espanhol domado.

Restam outros sistemas fora
Do solar a col-
Onizar.
Ao acabarem todos
Só resta ao homem
(estará equipado?)
A dificílima dangerosíssima viagem
De si a si mesmo:
Pôr o pé no chão
Do seu coração
Experimentar
Colonizar
Civilizar
Humanizar
O homem
Descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
A perene, insuspeitada alegria

De con-viver.

Foco no trabalho. Os estudantes do Brasil e do mundo estão em atividades orientadas à distância.

É tempo de estudar e ler.

Prof.ª Elisete, 07/04/20, às 17h45min

terça-feira, 31 de março de 2020

Quiz sobre Regras de Acentuação

Olá, pessoal do 9º ano da Escola Barão!!

Elaborei um QUIZ para revisar REGRAS DE ACENTUAÇÃO.

Que você faça bom uso desse jogo de conhecimentos que a professora fez no GoConqr.

https://www.goconqr.com/pt-BR/quiz/21735882/Regras-de-acentua--o


Aulas presenciais suspensas!

O estudo e a leitura não estão suspensos.


Até o próximo encontro real ou virtual.


Prof.ª Elisete, 31/03/20, às 17h29min



sexta-feira, 20 de março de 2020

Exercícios on-line orações coordenadas

Bom dia, boa tarde, boa noite!

Para o confinamento #foracoronavirus...


Indico aqui alguns links para fazer exercícios sobre Períodos Compostos por Coordenação. 

Muito bom. 

Clique aqui ⇓

ORAÇÕES COORDENADAS

ATIVIDADE 2


ATIVIDADE 3


ATIVIDADE 4







Prof.ª Elisete, 20/03/20

sexta-feira, 13 de março de 2020

Período Composto por Coordenação

Olá,

em detalhes, posto aqui as explicações sobre período composto por coordenação.

Estude e após, faça o mapa mental do conteúdo.

Período composto por coordenação

Antes de enfatizarmos as características do período composto por coordenação, analisemos primeiramente o exemplo:
“Deram o braço e desceram a rua”.  (Machado de Assis)
Analisando-o, constatamos que existem dois verbos: dar (deram) e descer (desceram). Logo, trata-se de um período, dada a presença de mais de um verbo. Prosseguindo com nosso raciocínio, ocupemo-nos agora em desmembrar as orações que integram esse período:
Deram o braço / Desceram a rua.   

Outro aspecto que também se faz presente é que ambas as orações são independentes, ou seja, uma não depende da outra, em se tratando de termos sintáticos, para serem dotadas de sentido. Eis aí a razão principal de serem conceituadas como orações coordenadas. Elas, por sua vez, podem aparecer sem a presença de um conectivo (conjunção), como podem também ser ligadas por ele, assim como nos mostra o exemplo original, ou seja: “Deram o braço e desceram a rua”.

Coordenadas assindéticas x Coordenadas sindéticas

Quando se evidenciam sem a presença do conectivo, são denominadas assindéticas (o prefixo “-a” denota ausência de algo).

Quando apresentam conectivo, denominam-se sindéticas. Sendo assim, de acordo com o sentido (significado) demarcado por esse elemento que as liga (conectivo), recebem classificações distintas, como veremos adiante. Dessa forma, temos:

 Orações coordenadas aditivas

As orações coordenadas aditivas, como bem nos retrata o conceito, estão relacionadas à ideia de soma, adição. Assim sendo, são representadas pelas conjunções “e”, “nem”, “mas também”:
Ela nem estuda nem trabalha.
O garoto é educado e inteligente.
Não só é inteligente, mas também educado.

→ Coordenadas adversativas

Elas, por sua vez, revelam fatos ou conceitos que se antepõem ao que se declara na coordenada anterior, estabelecendo, assim, uma ideia de oposição, contraste. Geralmente são introduzidas pelas conjunções “mas”, “porém”, “todavia”, “entretanto”, “contudo”, “no entanto”:

Ele se esforçou bastante, contudo, não obteve bom resultado.
Ela se mostra uma pessoa gentil, todavia, não demonstra ser confiável.
Tratava-se de um local muito aconchegante, no entanto, não fomos bem recebidos. 

→ Coordenadas alternativas

O termo “alternativas” relaciona-se à ideia de alternância. Portanto, afirmamos que as coordenadas alternativas exprimem fatos ou conceitos que se alternam ou que se excluem mutuamente. As conjunções que as representam são demarcadas por “ou... ou”, “ora... ora”, “já... já”... “quer... quer”: 
Ou você trabalha, ou procure outro lugar para se hospedar.
Quer você queira, quer não, iremos visitá-lo.
Ora se mostrava calmo, ora agitado.

→ Coordenadas explicativas

As orações coordenadas explicativas conferem a explicação referente a uma ordem, sugestão ou suposição. Geralmente são introduzidas pelas conjunções “que”, “porque”, “porquanto”, “pois”:
Respeite-o, pois se trata de uma pessoa mais velha.
Não pude comparecer à reunião porque tinha um compromisso inadiável.
“Não fujas, que eu te sigo...” (Menotti Del Picchia)

→ Coordenadas conclusivas

De forma literal, as conclusivas estão relacionadas à ideia de conclusão. Dessa forma, afirmamos que elas exprimem uma conclusão lógica obtida em relação aos fatos expressos na coordenada anterior. São introduzidas pelas conjunções “logo”, “portanto”, “por conseguinte”, “por isso”, “pois”:
Obteve bom desempenho no teste, logo, demonstrou ser capacitado.
Hoje está bastante quente, portanto, iremos ao clube.
Não valorizava a companhia de sua amada, por isso, hoje está sozinho.


Prof.ª Elisete, 13/03/20, às 17h13min