segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Como surgiram as paralimpíadas

Como surgiram as Paralimpíadas

O esporte adaptado para pessoas deficientes surgiu oficialmente no começo do século XX. As primeiras modalidades foram para portadores de deficiência auditiva, e logo depois, em 1920, atividades como atletismo e natação, para cegos. Passou a Segunda Guerra Mundial e muitos soldados voltaram para casa mutilados, a partir daí surgiu a necessidade de jogos também adaptados para deficientes físicos.

As primeiras modalidades surgiram na Inglaterra e nos Estados Unidos. Depois de um tempo, ganhou também a Itália. O sucesso dos jogos foi tão grande, que acabou se fortalecendo com o tempo, e fundando-se no mundo inteiro.

As Paralimpíadas são disputadas a cada quatro anos, nos mesmos locais onde são realizados os jogos das Olimpíadas. Para que haja equilíbrio, são separadas 20 modalidades dividas para cada tipo de limitações. A cada ano, elas estão crescendo mais, e junto com a mídia, ganhando maior prestígio no mundo inteiro. Proporcionando assim, oportunidades únicas para aqueles que já são vencedores desde o início.

As lições dos atletas que lutam por uma vaga nos Jogos Paralímpicos de 2016



Não há dúvida de que o esporte tem o poder de transformar a vida das pessoas. Entre os paralímpicos, porém, essa máxima se confirma de forma ainda mais profunda. Muitas vezes, ele é responsável por fazer com que os atletas ganhem motivação para superar uma tragédia pessoal e para viver. 
Os integrantes da delegação brasileira que lutam para brilhar no Rio em 2016 comprovam, a cada dia e nas mais variadas modalidades, que têm resiliência de sobra para fazer o que parece impossível e superar as próprias limitações. Até mesmo aqueles que no passado tinham pouca familiaridade com o esporte que viriam a praticar. “Na minha primeira competição, há pouco mais de um ano, eu não conhecia nada de atletismo, nem sapatilhas eu tinha para correr. O treinador me emprestou um par, mas acabei nem usando, porque fiquei com medo de tropeçar e cair”, recorda Petrúcio Ferreira, que, aos 2 anos, ao acompanhar o pai durante o trabalho na roça, teve parte do braço esquerdo decepada em uma máquina de moer cana-de-­açúcar. 
Com apenas 18 anos, ele tem resultados surpreendentes. Descoberto durante uma disputa escolar em 2013, já é recordista mundial dos 200 metros rasos na classe T47, cujos atletas têm um dos braços amputado, acima ou abaixo do cotovelo.


Enquanto a origem da Olimpíada remete à Grécia antiga e os Jogos da era moderna são realizados desde 1896, o movimento paralímpico só começou a se formar a partir de 1948, quando Ludwig Guttman organizou na Inglaterra uma competição esportiva que envolvia veteranos da II Guerra Mundial com lesão na medula espinhal. 
Depois desse pontapé inicial, os Jogos no estilo olímpico para atletas deficientes aconteceram pela primeira vez em Roma, em 1960, com 400 competidores. Ainda que sem a mesma visibilidade das provas esportivas tradicionais, o movimento paralímpico experimentou um impressionante crescimento nos últimos anos, e, para a Rio 2016, é prevista a participação de 4 350 atletas, de 178 países. Com a maior delegação brasileira da história, o que esses atletas mais têm a mostrar, nas pistas, nas piscinas ou nas quadras, são exemplos de como vencer as adversidades. Ganhar ou não uma medalha é consequência de anos de treino, dedicação e obstáculos muito mais difíceis de superar. O nadador catarinense Talisson Glock é prova disso. 
Depois de ser atropelado por um trem, aos 9 anos, ficou 23 dias internado e teve de amputar o braço e a perna esquerdos. “Não me lembro de nada. O que sei sobre o acidente é o que me contam”, diz. Aos 20 anos, no entanto, ele se tornou uma espécie de garoto-propaganda do Comitê Paralímpico Brasileiro. Bonito, com o corpo coberto por tatuagens e, de quebra, vencedor, só nos últimos Jogos Pan-­Americanos, em Toronto, ele faturou seis medalhas, sendo duas de ouro, nos 200 metros medley e nos 100 metros costas.


Outro destaque no Canadá, a corredora Verônica Hipólito levava a vida de uma criança comum até os 12 anos, quando foi diagnosticada com um tumor no cérebro. Na época, frequentava aulas de judô na cidade de Santo André, na região metropolitana de São Paulo. 
Durante o tratamento da doença, teve de abandonar a modalidade. Já recuperada, optou pelo atletismo, pois sempre foi apaixonada por esportes. Aos 14 anos, porém, sofreu outro baque, quando um AVC precoce quase desintegrou seu sonho de ser corredora, ao deixar sequelas no braço e na perna direitos. Ainda assim, ela não desistiu. 
Ao ser apresentada ao esporte paralímpico, tornou-se uma das maiores apostas do comitê, com grandes chances de medalhas para o Brasil na Rio 2016. A jovem, que é recordista mundial dos 200 metros rasos na classe T38, faturou o ouro nos 100, 200 e 400 metros rasos, além da prata no salto em distância, nos últimos Pan-Americanos. “O AVC acabou revelando meu potencial para competir profissionalmente. 
Apesar da paralisia na parte direita do meu corpo, consegui entrar para o esporte paralímpico e ajudar toda a minha família”, afirma a atleta, que é federada pelo Sesi São Paulo e conta com o patrocínio de grandes empresas, como Nike, Caixa e Petrobras, além de bolsas dos governos federal e do Estado de São Paulo.





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