GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA É RESULTADO DA FALTA DE INFORMAÇÃO?
Este é o tema do nosso debate, logo a seguir ao estudo do Editorial. É também um texto argumentativo, planejado, só que predomina mais a ORALIDADE do que a escrita.
É muito importante você assistir aos vídeos, ler textos, buscar informações que sustentem sua argumentação.
Leia abaixo três textos muito interessantes sobre o tema.
Gravidez
precoce: o problema não é mais a falta de informação
Por Redação, 19:57 / 10 de Agosto de 2013
A
redução do índice de gestação mostra que informação existe, mas garotas
engravidam por muitos outros motivos
Há muito tempo, sabe-se que a
gravidez precoce pode ser atribuída a uma enorme gama de fatores, mas apenas em
ínfimos casos a falta de informação sobre prevenção é um deles. No Ceará, os
índices de gestações em garotas na faixa etária que vai até os 18 anos vêm
caindo de forma progressiva nas últimas décadas, redução que pode ser
atribuída, principalmente, à ampla divulgação das campanhas de conscientização
e à distribuição gratuita de contraceptivos na rede pública de saúde. Com isso,
de 2005 para 2012, a quantidade de partos em adolescentes cearenses passou de
32.174 para 25.996, conforme a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).
A queda é de quase 20%. Ainda assim, os números são altos. Somente no passado, as pequenas mães, algumas beirando a infância, deram à luz mais de 26 mil bebês, aproximadamente 21% de todos os nascidos vivos no Estado, de acordo com o Sistema de Informações de Nascidos vivos (Sinasc). Mas, se a grande maioria dos especialistas em natalidade afirma que os métodos anticoncepcionais são conhecidos, o que leva tantas garotas a engravidarem antes de atingirem a fase adulta, sem possuírem independência financeira e, sobretudo, estabilidade emocional para cuidar de uma criança?
Segundo Adolfo Serripierro, ginecologista e fundador da Associação Maria Mãe da Vida, que atende cerca de 1.500 adolescentes grávidas provenientes da periferia de Fortaleza, o motivo mais óbvio é o descuido no que diz respeito às precauções.
"Elas não engravidam por acaso. A maioria conhece os métodos, mas não liga. Eu pergunto: ´você se protegeu?´, e as meninas respondem ´Ah, esqueci´. Mas também acontece de, por afeto ao parceiro, elas deixarem de se prevenir", explica o médico.
Indesejada?
Uma segunda razão para a gravidez precoce, contudo, não é tão previsível. Ao contrário do que se pensa, a "surpresa" nem sempre é completamente indesejada e, logo, causadora de medo e preocupação em adolescentes.
Iodésia Amaral, ginecologista, obstetra e psiquiatra da Maternidade Escola Assis Chateaubriand (Meac) diz que, para algumas garotas, a gestação se tornou algo bem-vindo ou uma possibilidade à qual já estão habituadas, em parte devido ao convívio com outras mulheres que engravidaram cedo e à iniciação prematura da vida sexual. As histórias de duas jovens podem exemplificar o que a médica afirma.
A apenas um mês de dar à luz seu primeiro filho, a adolescente Beatriz (nome fictício), de 13 anos, conta que, ao saber da espera do bebê, não demonstrou abalo ou receio, apenas encarou a notícia com naturalidade. "Só pensei que tinha que criar", diz. Sobre o futuro, a menina acredita que nada deve mudar. A sogra cuidará do filho recém-nascido enquanto estiver em aulas, o namorado, de 24 anos, proverá o sustento da família e ela continuará morando na casa da mãe, na Barra do Ceará.
Já a jovem Joyce da Silva ficou grávida pela primeira vez aos 17 anos, depois aos 19, e agora, aos 22, espera o terceiro filho. Nenhuma das gestações foi programada, mas também não foi evitada. Ela e o então namorado da mesma faixa etária moravam juntos, no bairro Vila Velha, com a aprovação dos pais de ambos. "Se a gravidez viesse, tudo bem, porque sempre gostei de crianças e queria ter filhos. A partir do momento em que soube que estava grávida, eu e minha família ficamos muito felizes", conta.
Segundo Iodésia Amaral, o primeiro caso, que mostra a indiferença de Beatriz, atesta que, por conta da pouca idade, muitas garotas ainda não têm noção sobre as consequência de seus atos, por mais significativos que sejam. "Essa capacidade de reflexão é algo que vem com a maturidade. Elas só vão perceber o que perderam muito mais à frente. Isso se torna pior porque os pais lhes tiram a possibilidade de entender a importância do que passou", avalia a obstetra.
A reação de Joyce, entretanto, revela uma outra vertente mais alarmante, agravada em situações de adolescentes de classes sociais inferiores. "Algumas adolescentes tentam alçar um papel social, já que não possuem, na circunstância em que vivem, condições de se desenvolver na escola, ter uma vocação. Elas querem assumir uma postura de adulto e optam por essa via devido à identificação com a função de mãe, o lugar de mulher, mas não estão preparadas para isso", afirma a obstetra.
Perigos
As consequências de uma gravidez precoce, seja ela indesejada ou não, podem ser graves e irreversíveis. Aliados aos prejuízos sociais, a exemplo do abandono escolar e a ausência de oportunidades de emprego, Elson Almeida, obstetra do Hospital Geral Dr. César Cals, afirma que a gestação muito cedo acarreta grandes chances de ocasionar enfermidades físicas, como hipertensão, infecções urinárias e pré-eclâmpsia, e psicológicas. "A adolescente passa por mudanças hormonais e ambientais para as quais ela não está preparada e isso pode gerar ansiedade e depressão", cita.
Ele destaca, ainda, que os perigos não se restringem apenas às mães, mas também aos filhos. Quando as gestações são de alto risco, envolvendo garotas com disfunções nutritivas ou que costumam consumir álcool ou drogas, a prematuridade dos bebês é comum. "Nesses casos, a taxa de partos prematuros é de 30 a 40%", frisa Elson Almeida.
https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/metro/gravidez-precoce-o-problema-nao-e-mais-a-falta-de-informacao-1.390417
(...)
VANESSA MADEIRA
REPÓRTER
https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/metro/gravidez-precoce-o-problema-nao-e-mais-a-falta-de-informacao-1.390417
A queda é de quase 20%. Ainda assim, os números são altos. Somente no passado, as pequenas mães, algumas beirando a infância, deram à luz mais de 26 mil bebês, aproximadamente 21% de todos os nascidos vivos no Estado, de acordo com o Sistema de Informações de Nascidos vivos (Sinasc). Mas, se a grande maioria dos especialistas em natalidade afirma que os métodos anticoncepcionais são conhecidos, o que leva tantas garotas a engravidarem antes de atingirem a fase adulta, sem possuírem independência financeira e, sobretudo, estabilidade emocional para cuidar de uma criança?
Segundo Adolfo Serripierro, ginecologista e fundador da Associação Maria Mãe da Vida, que atende cerca de 1.500 adolescentes grávidas provenientes da periferia de Fortaleza, o motivo mais óbvio é o descuido no que diz respeito às precauções.
"Elas não engravidam por acaso. A maioria conhece os métodos, mas não liga. Eu pergunto: ´você se protegeu?´, e as meninas respondem ´Ah, esqueci´. Mas também acontece de, por afeto ao parceiro, elas deixarem de se prevenir", explica o médico.
Indesejada?
Uma segunda razão para a gravidez precoce, contudo, não é tão previsível. Ao contrário do que se pensa, a "surpresa" nem sempre é completamente indesejada e, logo, causadora de medo e preocupação em adolescentes.
Iodésia Amaral, ginecologista, obstetra e psiquiatra da Maternidade Escola Assis Chateaubriand (Meac) diz que, para algumas garotas, a gestação se tornou algo bem-vindo ou uma possibilidade à qual já estão habituadas, em parte devido ao convívio com outras mulheres que engravidaram cedo e à iniciação prematura da vida sexual. As histórias de duas jovens podem exemplificar o que a médica afirma.
A apenas um mês de dar à luz seu primeiro filho, a adolescente Beatriz (nome fictício), de 13 anos, conta que, ao saber da espera do bebê, não demonstrou abalo ou receio, apenas encarou a notícia com naturalidade. "Só pensei que tinha que criar", diz. Sobre o futuro, a menina acredita que nada deve mudar. A sogra cuidará do filho recém-nascido enquanto estiver em aulas, o namorado, de 24 anos, proverá o sustento da família e ela continuará morando na casa da mãe, na Barra do Ceará.
Já a jovem Joyce da Silva ficou grávida pela primeira vez aos 17 anos, depois aos 19, e agora, aos 22, espera o terceiro filho. Nenhuma das gestações foi programada, mas também não foi evitada. Ela e o então namorado da mesma faixa etária moravam juntos, no bairro Vila Velha, com a aprovação dos pais de ambos. "Se a gravidez viesse, tudo bem, porque sempre gostei de crianças e queria ter filhos. A partir do momento em que soube que estava grávida, eu e minha família ficamos muito felizes", conta.
Segundo Iodésia Amaral, o primeiro caso, que mostra a indiferença de Beatriz, atesta que, por conta da pouca idade, muitas garotas ainda não têm noção sobre as consequência de seus atos, por mais significativos que sejam. "Essa capacidade de reflexão é algo que vem com a maturidade. Elas só vão perceber o que perderam muito mais à frente. Isso se torna pior porque os pais lhes tiram a possibilidade de entender a importância do que passou", avalia a obstetra.
A reação de Joyce, entretanto, revela uma outra vertente mais alarmante, agravada em situações de adolescentes de classes sociais inferiores. "Algumas adolescentes tentam alçar um papel social, já que não possuem, na circunstância em que vivem, condições de se desenvolver na escola, ter uma vocação. Elas querem assumir uma postura de adulto e optam por essa via devido à identificação com a função de mãe, o lugar de mulher, mas não estão preparadas para isso", afirma a obstetra.
Perigos
As consequências de uma gravidez precoce, seja ela indesejada ou não, podem ser graves e irreversíveis. Aliados aos prejuízos sociais, a exemplo do abandono escolar e a ausência de oportunidades de emprego, Elson Almeida, obstetra do Hospital Geral Dr. César Cals, afirma que a gestação muito cedo acarreta grandes chances de ocasionar enfermidades físicas, como hipertensão, infecções urinárias e pré-eclâmpsia, e psicológicas. "A adolescente passa por mudanças hormonais e ambientais para as quais ela não está preparada e isso pode gerar ansiedade e depressão", cita.
Ele destaca, ainda, que os perigos não se restringem apenas às mães, mas também aos filhos. Quando as gestações são de alto risco, envolvendo garotas com disfunções nutritivas ou que costumam consumir álcool ou drogas, a prematuridade dos bebês é comum. "Nesses casos, a taxa de partos prematuros é de 30 a 40%", frisa Elson Almeida.
https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/metro/gravidez-precoce-o-problema-nao-e-mais-a-falta-de-informacao-1.390417
(...)
VANESSA MADEIRA
REPÓRTER
https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/metro/gravidez-precoce-o-problema-nao-e-mais-a-falta-de-informacao-1.390417
Texto 2:
Gravidez precoce: falta de informação ou irresponsabilidade?
Redação
enviada há mais de 2 anos por usuário anônimo.
No Brasil, cerca de
20% das gestações são de mulheres com idade entre 10 e 19 anos, o que é
considerado gravidez precoce pela Organização Mundial da Saúde, pelo fato do
organismo dessas jovens ainda não estar plenamente desenvolvido.
Portanto essa gravidez precoce ocorre em qualquer classe social, mas a que apresenta o maior índice são nas mais pobres, muitas vezes são pela falta de informação que elas não obtêm nas escolas ou até mesmo dos pais, sobre o uso de preservativos e os riscos que estas podem ter ao engravidar nessa idade, e também as doenças sexualmente transmissíveis que podem adquirir.
Dessa forma, cabe ressaltar que a responsabilidade dessa gestação não é somente das meninas, dos rapazes também, pois um filho não é gerado por uma única pessoa. No entanto, a vida desses adolescentes sofre uma grande mudança, tanto deles como de toda a família. Posto que muitas dessas meninas não estão preparadas nem física nem mentalmente pra ter um filho, o que é preocupante. Assim podem ocorrer vários riscos durante a gravidez, como: partos prematuros e até mesmo o aborto.
Sendo assim o Ministério da Educação precisará realizar palestras sobre o uso adequado de preservativos e sobre todas as doenças sexualmente transmissíveis, em todas as escolas principalmente nas cidades e nos bairros mais pobres. E também usar a mídia pra divulgar propagandas sobre os riscos de uma gravidez precoce, para que haja uma redução no número de jovens grávidas.
Portanto essa gravidez precoce ocorre em qualquer classe social, mas a que apresenta o maior índice são nas mais pobres, muitas vezes são pela falta de informação que elas não obtêm nas escolas ou até mesmo dos pais, sobre o uso de preservativos e os riscos que estas podem ter ao engravidar nessa idade, e também as doenças sexualmente transmissíveis que podem adquirir.
Dessa forma, cabe ressaltar que a responsabilidade dessa gestação não é somente das meninas, dos rapazes também, pois um filho não é gerado por uma única pessoa. No entanto, a vida desses adolescentes sofre uma grande mudança, tanto deles como de toda a família. Posto que muitas dessas meninas não estão preparadas nem física nem mentalmente pra ter um filho, o que é preocupante. Assim podem ocorrer vários riscos durante a gravidez, como: partos prematuros e até mesmo o aborto.
Sendo assim o Ministério da Educação precisará realizar palestras sobre o uso adequado de preservativos e sobre todas as doenças sexualmente transmissíveis, em todas as escolas principalmente nas cidades e nos bairros mais pobres. E também usar a mídia pra divulgar propagandas sobre os riscos de uma gravidez precoce, para que haja uma redução no número de jovens grávidas.
Texto 3
CAUSAS DA GRAVIDEZ PRECOCE
As causas mais prováveis para a gravidez em adolescentes são:
§ atividade sexual precoce;
§ falta de comunicação em casa;
§ estrutura familiar;
§ questões psicológicas;
§ maior exposição à banalização sexual;
§ influência de amigos e conteúdos midiáticos;
§ falta de informação a respeito dos métodos contraceptivos;
§ inconsequência e violência sexual,etc.
Segundo pesquisas, a atividade sexual precoce entre os adolescentes está
relacionada ao contexto familiar, onde os próprios pais possuem históricos
semelhantes. A ausência do conservadorismo, a independência desmedida, a falta
de cumplicidade e a vergonha de abordar assuntos sexuais em momentos de reunião
familiar, são fatores que implicam consideravelmente neste aspecto.
Quando não há jogo de cintura para equilibrar os limites impostos aos
filhos, o início de transtornos familiares torna-se bastante eminente. Deixar por conta exclusiva deles o
acesso à locais impróprios, em horários inadequados, acompanhados de
pessoas que os influenciem negativamente, sem orientação, os deixam
vulneráveis às tentações mundanas.
A falta de aproximação quebra uma barreira de segurança entre pais e
filhos. O excesso dela e a invasão de privacidade, também. As iniciativas
tomadas em casa devem ser feitas com muito bom senso. Vasculhar gavetas,
mochilas e roupas em busca de indícios de atividade sexual não é uma atitude
aconselhável. Reprimir assuntos relacionados à sexualidade do adolescente faz
com que apareça um distanciamento maior entre os dois lados.
Portanto, para não ter constrangimento de ambas as partes, as conversas
sobre o assunto devem ser tratadas de maneira natural e sutil, sem uma postura
ditatorial ou investigativa. O pai que exerce o papel de amigo é um conselheiro
mais ativo e menos preocupado com os relacionamentos do filho. Ele passa a
representar um “modelo” de vida a ser seguido, onde todos os questionamentos
podem ser esclarecidos e a confiança é mais presente.
Mensagens que estimulam a sexualidade
Meios de interatividade e comunicação como televisão, internet e
revistas são componentes importantes na formação de pensamentos. Os
adolescentes, apesar de possuírem um senso crítico mais aguçado, são mais
suscetíveis aos conteúdos expostos por esses canais de informação.
Se nas novelas os personagens podem manter relações sexuais com qualquer
pessoa e a qualquer momento, por que um adolescente não pode segui-los? Sendo
que, seus ídolos estão constantemente felizes sob essa condição. Os jovens
procuram a independência por meio desses recursos; adotam a postura de um ídolo
de algum seriado de TV e
não medem consequências para isso.
Os “amigos” são grandes influenciadores. Na adolescência, existe a
necessidade de se adotar um
comportamento e da inserção em grupos de amizade. Geralmente, a maior parte do
grupo escolhido já teve experiências sexuais; então, para ser um componente
comum e contar vantagens a respeito, o jovem é incentivado a praticar relações
com pessoas desconhecidas e em situações pouco cômodas.
Para se sentir valorizado, o adolescente se submete às pressões, não
respeitando seu próprio corpo e sentimentos. Não solicita que o parceiro
utilize métodos contraceptivos e sente o receio de ser abandonado pelo mesmo,
se houver um desentendimento por esse motivo. Então, ele pode até estar ciente
das diversas maneiras de evitar uma gravidez, mas acaba não usando nenhum
método contraceptivo.
Em alguns casos, mesmo que o casal saiba se prevenir, há também o desejo
materno prematuro e sem estrutura ou planejamento algum. Essas atitudes são
comuns em pessoas que não possuem perspectivas apropriadas para a idade como:
passar no vestibular, cursar a
faculdade, ter um bom emprego e ser bem sucedido. Na verdade, muitas vezes a
mentalidade é infantilizada e não tem noção das responsabilidades que uma
gravidez não planejada acarreta.
Pensar que a gravidez só acontece com outras pessoas é um pensamento bem
comum entre os jovens. Acreditar que a pílula anticoncepcional evita DST (Doenças sexualmente
transmissíveis) também é uma ideia erroneamente compartilhada.
Esses casos devem ser, urgentemente, esclarecidos. O trabalho de
conscientização na TV e internet é importante para alertar aos jovens sobre os
perigos da gravidez indesejada e das DST's.
Esse assunto não deve ficar restrito como uma obrigação das escolas ou
das propagandas do ministério da saúde em época de carnaval. Deve ser tratado
com naturalidade no ambiente familiar, prezando por transmitir que para todos
existem as circunstâncias e momentos certos para tudo na vida.
Profª. Elisete
Nenhum comentário:
Postar um comentário