terça-feira, 24 de novembro de 2015

Texto Beleza é fundamental?

Beleza é fundamental ?

           
Corpo alinhado, sensação de bem-estar e beleza que vem com a saúde, manifestando-se nos cabelos, na pele e no olhar. Todo mundo quer tudo isso, embora a atenção e a disciplina necessárias tenham sido distribuídas, como tantas outras qualidades de forma desigual.
            Nosso corpo vive no século XXI, com automação generalizada, esguios padrões de beleza e prolongada expectativa de vida – o que também aumenta o tempo necessário para entupir artérias e oxidar o todo o resto. Mas nossa cabeça guarda os mecanismos que garantiram a sobrevivência da espécie há centenas de milhares de anos, basicamente através da estocagem de gordura pensando nisso todos precisamos controlar a alimentação.
            Entre os mitos que a sociedade  impõe e a mídia em geral, todas as classes  sociais que acabam divulgando modelos de como as pessoas devem se vestir ou como devem ser fisicamente para serem considerados “bonitos”, ou seja, divulgam um padrão estético de beleza.
            Da mesma forma que não é possível toda a população a parar de fumar, a jogar lixo na rua ou a gastar menos água, a mídia também não tem o poder  de determinar como uma pessoa deve ser ou se apresentar.
            As coisas não são bem assim na realidade. Se a beleza fosse imprescindível para o amor, o que seriam todos os feios e feias que conhecemos? Como a beleza é menos frequente que a feiura, podemos presumir que a maioria formada pelos feios dê valor à qualidade que lhes é ausente e, por essa razão haveria uma ponderável parcela de pessoas valorizando excessivamente, a beleza como qualidade importante na busca do parceiro.
            Vemos casais que nos chamam a atenção por serem díspares, enquanto um é muito bonito, o outro é bem ao contrário. É provável que isso se deva a um fenômeno bastante comum – a atração dos opostos.
            Na verdade, se pensarmos a beleza como característica desejada no parceiro que buscamos, deve vir numa posição não muito destacada, uma vez que existem muitas outras qualidades que são de fato fundamentais quando procuramos nosso companheiro de viagem pela vida. Honestidade, inteligência, capacidade de amar, diligência, generosidade e saúde são algumas das qualidades que valorizam uma pessoa mais que simplesmente a sua formosura. Daí a sabedoria popular afirmar “beleza não põe mesa”.
             Não resta a menor dúvida que a beleza abre portas, facilita um primeiro contato, cria uma impressão favorável e uma predisposição positiva nas pessoas, porque ela tende a ser vista como a expressão externa de algo interno, isto é, mostra-se como uma prévia de qualidades a serem percebidas posteriormente. Uma pessoa é boa e inteligente só porque é bela? Isso pode se tornar uma faca de dois gumes na medida em que se passa a esperar  um melhor desempenho e um leque de qualidades em uma pessoa apenas pelo fato de ela ser bonita.
            Então, o que torna uma pessoa bonita? Está na capacidade de cada indivíduo tirar partido dos aspectos positivos de sua aparência. Com isso o mais fundamental que ser bonito, é revelar uma atitude de amor, carinho e cuidado consigo mesmo. Isso pode ser percebido por sinais exteriores, por serem mais valiosos do que a beleza natural que acabam se confundindo com ela. O que acontece muitas vezes, é que uma pessoa se torna atraente e nos pareça bonita devido somente às suas outras qualidades.
             

Maria Yasuko M. de Oliveira





Mídia ajuda a padronizar beleza desejada, diz especialista

última modificação 14/06/2012 10:58
Para Daniel Galindo, ser humano é visto como mercadoria, cuja permanência no mercado é atrelada à aparência

Publicado em 14/06/2012 10:55 
JOANNA ROASIO

LUCAS PUENTE
LUIZA VIDAL
Especial para o Rudge Ramos Online*

A aparência sempre foi importante nas relações humanas e na sociedade. Com o passar dos anos, o culto a imagem ganhou força, a beleza virou produto e a mídia assumiu um papel fundamental na padronização estética.
Esse mercado da aparência foi o eixo das discussões do seminário Padrão de consumo cultural da nova classe média: A beleza como mercadoria, realizado nesta segunda-feira (11), no auditório do Sigma, na Universidade Metodista de São Paulo.
A apresentação, parte do Projeto Integrado dos alunos do quinto semestre de Jornalismo da instituição, propôs uma discussão a respeito da padronização da beleza e da venda dela para as classes C e D, por meio da análise da revista "AnaMaria", da Editora Abril.
Segundo o grupo que desenvolveu o trabalho, a revista é um bom exemplo de como a mídia jornalística trabalha o assunto. "Ana Maria" tem uma forma padronizada de se estruturar e falar sobre beleza. “São três pilares: estética, moda e dieta. Foram poucas as edições que fugiram dessa base”, explicou um dos membros do grupo, Nathália de Angelis.
Já a visão da beleza e do ser humano como produto, mais especificamente na propaganda, foi tratada pelo doutor em Comunicação Científica e Tecnológica Daniel Galindo, convidado a participar do seminário.
Segundo Galindo, a mídia ajuda a padronizar a beleza desejada. “O que ela faz muito bem é rotular, classificar e até mesmo recomendar por meio de dicas e fórmulas de como manter-se bela.”
O convidado ainda lembrou que hoje o ser humano é visto como mercadoria e, assim como qualquer outra, sua permanência no mercado é muitas vezes atrelada à aparência. “É comum usarmos o termo ‘marketing pessoal’ para falar de pessoas, o que já evidencia a visão de produto, algo que tem valor para troca”, explicou.
O seminário também abordou a evolução do culto à imagem pela sociedade. Esse fenômeno já existia na pré-história, se fortaleceu na Grécia e Roma antiga, evoluiu nas revoluções industriais e hoje atinge seu ápice.
De acordo com o grupo, o público feminino foi o grande responsável por introduzir o mercado da beleza no lar. Os produtos relacionados a estética encontraram, e ainda encontram, nas mulheres a principal forma de atingir outros públicos, como homens e crianças.

Jornalismo e Beleza


Para falar sobre como a beleza é tratada dentro do jornalismo, Galindo utilizou como exemplo diversas capas da revista "Veja", do século passado e atuais.
Alguns títulos como “A ciência da boa forma”, “De cara nova”, “A magreza que mata”, “A idade real” e “Os limites do estica e puxa” evidenciam que a preocupação com a aparência não é um assunto recente, e sim algo que vem sendo pautado pelos veículos de comunicação há muito tempo.
Para Galindo, a justificativa dessa recorrente aparição é que a mídia, com ajuda da publicidade, espelha a sociedade, não como ela é, mas como ela gostaria de ser. “Ela [a publicidade] será sempre um reflexo do contexto sociocultural que a alimenta e a reproduz”, disse.
A teoria é comprovada se se levar em conta que as revistas especializadas em beleza e as que tratam do assunto com frequência estão sempre entre as mais vendidas no Brasil: "Veja" é líder do ranking e "AnaMaria" ocupa a sexta colocação.
*Esta reportagem foi produzida por alunos do curso de Jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo


Você sabe como resistir aos apelos da propaganda?

Você já parou para pensar quantas vezes ficou triste porque não pôde comprar alguma coisa que queria muito? Hoje a Turminha do MPF quer lhe convidar a refletir sobre a natureza desse sofrimento. Será que ele é real? Será que viver sem aquele tênis de marca famosa ou o celular que acaba de ser lançado no mercado pode realmente ser tão importante para nossa felicidade? Ou estamos apenas nos deixando levar pela máquina eficiente e poderosa da propaganda?
Até que ponto você desenvolveu sua capacidade crítica para perceber o poder de manipulação que está por traz de um comercial de TV e é livre para dizer não a ele? Isso é realmente uma questão vital, pois se não formos capazes de perceber que nossos desejos estão sendo alimentados do exterior, nos tornaremos como robôs dirigidos pelas campanhas de marketing, e não pessoas livres e autônomas, capazes de decidir o que realmente precisam para viver bem.
Os anúncios de publicidade apelam para as nossas emoções para criar novas necessidades de consumo em nós. Eles nos dão a ilusão de que comprar um determinado produto trará muitos benefícios para nossa vida. E muitas das coisas que prometem são falsas. Nesses casos, se o consumidor sentir-se enganado, tem o direito de reclamar. Esse direito está previsto no Código de Defesa do Consumidor.
Na nossa sociedade a publicidade está em toda parte: na TV, na internet, no rádio, nos jornais, nos outdoors, em panfletos que nos entregam quando paramos no sinal de trânsito, nos supermercados, e em quase todo lugar aonde vamos. É difícil não prestar atenção ao assédio da publicidade ou escapar das falsas necessidades que ela cria em nossas mentes.
Se não tivermos um olhar crítico para esses anúncios que invadem as nossas vidas, onde quer que estejamos, nos tornaremos grandes consumistas ou estaremos sempre infelizes por não poder comprar tudo o que desejamos.
A manipulação das emoções - A publicidade é feita com a intenção de provocar em nós um grande interesse pelo produto ou serviço que ela anuncia e depois nos induzir a comprá-lo, mesmo que até então ele não significasse nada para nós. A linguagem da publicidade é persuasiva e sabe como nos influenciar até de forma inconsciente. Ela associa o produto que quer nos vender a imagens prazerosas, fazendo-nos acreditar que ao comprá-lo alcançaremos alegria e felicidade.
Ao mesmo tempo em que cria falsas necessidades, ela faz as pessoas sentirem-se imperfeitas e insatisfeitas, pois assim fica mais fácil convencê-las de que a solução para os seus problemas é consumir o que ela quer vender. Qual o efeito dessa estratégia sobre as emoções do consumidor?
É fazê-lo acreditar que não poderá mais viver sem consumir aquele produto ou serviço, pois graças a ele ficará mais bonito, será amado e admirado por todos, e sua felicidade estará completa. É incutindo nele essa ilusão que a propaganda consegue seduzi-lo.
Ela faz você sentir-se inferior aos seus amigos se não comprar aquela mochila ou roupa que eles têm, e lhe promete sucesso e prestígio depois de adquiri-la. Se você reparar, a propaganda acaba tirando a sua liberdade de escolher o que realmente é necessário para sua satisfação pessoal.
Uma lei federal determina que a TV pode dedicar apenas 25% do tempo da sua programação aos comerciais. Assim, a cada hora que você passa diante da televisão, 15 minutos serão de bombardeio publicitário.
Na Suécia a publicidade para crianças é proibida na TV, porque elas são consideradas mais vulneráveis a influência e manipulação da propaganda do que os adultos. Outros países também restringem a publicidade para crianças, como a Austrália, Áustria, Reino Unido e Noruega.
Os prejuízos à saúde - Deixar-se levar pelo que dizem os anúncios publicitários não significa apenas perder a autonomia de decidir sobre o que realmente precisa e deseja consumir. Pode também trazer prejuízos à saúde. A propaganda voltada para crianças procura aumentar o consumo de refrigerantes, salgadinhos, fast foods e alimentos com alto teor de gordura, sal e açúcar, que se consumidos com regularidade podem causar pressão alta, doenças do coração, cáries nos dentes e obesidade (o excesso de gordura e peso 20% acima do ideal para a altura, o sexo e a idade).
Ela também pode trazer riscos à saúde ao incentivar o uso de bebidas alcoólicas, cigarros e medicamentos. O problema é que usa métodos nada éticos para isso, como, por exemplo, associar o produto à imagem de atletas e jogadores de futebol. O que o consumidor precisa entender, nesses casos, é que esses esportistas fizeram a propaganda apenas para ganhar dinheiro, mas na verdade eles não costumam consumir produtos prejudiciais à saúde, pois precisam se manter em ótima forma para terem sucesso no esporte.
Quando se dirige aos jovens, a publicidade procura manipular o comportamento deles para criar uma nova identidade e um estilo de vida que os induza a comprar roupas e calçados de marcas famosas, que nem sempre têm a qualidade que prometem e que compense o alto preço a pagar. O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor testou 13 marcas de camisetas e constatou que as marcas mais caras e famosas foram as que mais encolheram, deformaram ou desbotaram depois de várias lavagens, enquanto as mais baratas foram as que passaram melhor no teste.
Disseminação de preconceitos - Para conquistar os consumidores as mensagens publicitárias associam uma marca ou produto à imagens de beleza, liberdade, sexo e sucesso. Colocam tanta ênfase na sensualidade que podem estimular a precocidade da iniciação sexual nos adolescentes e criar uma imagem distorcida das relações humanas. Ela procura explorar os sonhos e frustrações das pessoas para levá-las a compensar suas insatisfações consumindo mais.
Às vezes a propaganda faz retratos estereotipados e negativos das mulheres, idosos e minorias, como homossexuais. Alguns comerciais criam clichês de mulheres passivas e submissas ou em papéis de simples objetos sexuais para vender seus produtos, ou associam a realização feminina a atributos físicos de perfeição, como juventude, magreza e beleza, sem levar em consideração que ela também pode ser feliz como mãe, profissional, dona de casa e esposa.
Essa idealização dos aspectos físicos da mulher nas campanhas publicitárias acaba gerando insegurança e insatisfação em muitas delas, pois raras são aquelas que possuem um corpo perfeito e sensual, e para compensar esses sentimentos elas acabam comprando produtos que não necessitam.
A imagem idealizada do homem na publicidade está sempre associada à riqueza, masculinidade, liberdade, independência e sensualidade. Eles aparecem como atletas ou homens de negócio bem sucedidos rodeados de belas mulheres. Você acaba acreditando, até de forma inconsciente, que comprando o produto vai conquistar tudo isso. Mas será que um produto ou serviço qualquer tem o poder para lhe dar todas essas coisas?
Você vai responder: é claro que não! Mas acontece que nós muitas vezes agimos movidos pelo nosso inconsciente, e não pela razão. E aí nos deixamos levar pelo impulso acreditando que são nossos os desejo e necessidades criados pela propaganda.
Fonte: Cartilha Educação para o Consumo Responsável - Publicidade e Consumo – elaborada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) e Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro).
http://www.turminha.mpf.mp.br/sei-comprar/propaganda/copy_of_voce-sabe-como-resistir-aos-apelos-da-propaganda

Profe Elisete,24-11-2015

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